domingo, 23 de março de 2014

Necromancia


Hoje venho falar de umas das mais antigas práticas da humanidade, a Necromancia, por estar intimamente ligada a Arte dos Sábios,  que diferente da Wicca, faz amplo uso desta prática. A Wicca faz uso quase que unicamente da força de suas duas divindades para realizar seus trabalhos, ficando as demais porções divididas entre o poder pessoal, e uma ínfima parte destinada aos elementais. A Arte Tradicional além do uso de divindades, elementais e claro do poder pessoal, faz grande uso da força dos espíritos, os nossos mortos poderosos, chamados também por um membro do coven de Evan Jhon Jones, de Companhia Oculta, chegando algumas tradições a fazerem uso exclusivo da necromancia, visto a enorme eficácia deste método, muitas vezes conhecido por vários nomes, menos necromancia, chegando muitas vezes a ser evitado pelo alto desgaste deste nome pela industria de filmes, quadrinhos e games.

Hoje quando se fala de necromancia, a primeira coisa que vem na cabeça de muitos é o jogo Diablo, ou rpg’s de tabuleiro, tendo como ícone a figura tradicional de um mago: um velho de túnica, chapéu largo de ponta, portando um cajado mágico, mas com feições cadavéricas, especializado em ressuscitar os mortos e materializar fantasmas de forma espontânea para atacar seus inimigos. Uma verdadeira piada!!!

Mas o que afinal de contas o que é a necromancia?

A necromancia é algo muito amplo, vai desde uma simples consulta aos mortos como oráculo, passando por feitiços e chegando a rituais extremamente elaborados, variando de acordo com o país e a tradição. Sempre que esotéricos se referem a necromancia, pensam em britânicos realizando ritos semelhante a descrição irônica citada no parágrafo acima, quando na realidade, qualquer invocação ou evocação de espíritos é considerada necromancia.

Na Europa uma das práticas necromânticas mais famosa é o culto aos Lares e Manes dos antigos romanos, sendo um culto aos ancestrais. Todas as casas possuíam um altar para seus ancestrais, almas divinizadas que protegiam seus descendestes, e agiam em muitos casos como espíritos familiares dos que praticavam a feitiçaria. Estas práticas também eram comuns não só entre os celtas como praticamente a todos os povos da antiguidade.

 No Brasil temos uma forma de necromancia extremamente popular, mas que não é conhecida como tal, a Umbanda! Sim, a Umbanda assim com a Kimbanda é pura necromâcia. No Brasil, dentre as religiões de matriz africana, a que mais se destaca é o Candomblé Ketu (vou falar deste por ser o mais difundido no país, apesar de existirem vários outros como o Angola, Jejê, Bantu...) que trabalha apenas com Deuses (se assemelhando neste aspecto a Wicca), os Orixás, não permitindo a incorporação de espíritos, tendo para isso um culto próprio, o Egungun celebrado em dias diferentes e local próprio.

A Umbanda apesar de trabalhar com os Orixás, tem destes uma interpretação particular e diferente da visão africana, considerando-os como energias cósmicas e inteligências e não Deuses, tendo Olodumaré como Deus único. Cada Orixá na Umbanda possui o que é chamado de falangeiros de Orixá, sendo estes espíritos extremamente evoluídos que trabalham com o poder do dito Orixá, agindo como um porta voz ou representante, explicando assim porque na Umbanda existem Vários Ogums (Ogum Megê, Beira Mar, Beira Rio, Ronda...) ao passo que no Candomblé existe apenas um. Sim existe a incorporação de Orixás na Umbanda, mas não é algo que se vê todos dias nos terreiros.

 Isso pode classificar  os trabalhos da Umbanda sendo 99% necromancia. Já na Kimbanda não há incorporação de Orixá, sendo incorporados apenas espíritos sendo 100% necromancia.

Existem muitas outras práticas e religiões no Brasil que fazem uso da necromância, com o Catimbó, Jurema e até mesmo o kardecismo é considerado necromancia, mas vamos nos ater ao que nos interessa, a feitiçaria.

Outra prática mágico religiosa que faz uso da necromancia é o Vodu, em todas as suas manifestações, como a haitiana tendo a nação Petro mais voltada a feitiçaria, chamada de Makaya, e a nação Rada, de cunho mais religioso, o da Luisiana nos Estados Unidos, gnóstico e esotérico dos franco-haitianos que merecem um post exclusivo que futuramente estará a disposição dos interessados.

O Hoodoo, que é uma prática afro-americana, diferenciando-se do Vodu, principalmente por não ser uma religião, que além da tradição africana reúne práticas européias de magia e shamanismo dos índios americanos, também tem as comunicações com os espíritos como algo essencial em sua forma de feitiçaria.

Mas como estabelecer o contato com os espíritos? Para isso é necessário mediunidade, algo comum a todas as pessoas. Alguns já nascem com seus dons desenvolvidos, outros necessitam desenvolvê-los. Para isto basta passar freqüentar locais onde aja este trabalho, como centros espíritas, terreiros de Umbanda. Mas caso não simpatize com estas linhas, uma alternativa é a canalização, é só fazer um curso. A canalização é muito simples, tão simples que você não vai acreditar que esta canalizando.

Não recomendo, pois o correto é fazê-lo com um orientador, mas é possível desenvolver a prática da canalização por conta própria. Como sou a favor de que cada um deve fazer o que acha melhor em tudo na sua vida, digo-lhes como, lembrando que isso é por conta e risco de quem resolver fazê-lo.

1° - Primeiro é preciso desenvolver uma sensibilidade à energia etérica e astral, para isso leia o meu post Treinamento Místico, ou procure exercícios a que se adapte melhor, sugiro os encontrados nos livros Toque Quântico de Richard Gordon ou Mãos de Luzde Bárbara An Brenann, facilmente encontrados em livrarias esotéricas.

2° - Depois da sensibilidade desenvolvida, procure pela apostila “Boas Vindas a Canalização”, facilmente encontrada na Internet em vários sites. Leia e releia, quantas vezes for necessário para entender do que se trata. Feito isso, vá ao youtube, existe um vídeo que dá uma versão simplificada de como canalizar, mas o importante é em primeiro lugar saber o que é e como funciona a canalização,  o que você estará trabalhando e com quem estará trabalhando, e a apostila cumpre bem este papel.

3° - Se seguir os passos que eu mencionei da forma que mencionei, pode ter certeza de que irá canalizar no final do seu treino. Comece canalizando seu Guia da 5ª dimensão, que é onde vivem os mestres ascencionados. Não tente enganá-lo, diga a verdade, que esta aprendendo a canalizar para entrar em contato com espíritos, ou seja lá qual for seu objetivo, ele entenderá e vai ajudá-lo da melhor forma possível. Levará algum tempo para ele lhe dizer o seu nome, isso é normal. Trabalhe com ele a prática da canalização pelo tempo necessário, depois passe a canalizar os Mestres dos Sete Raios, isso também é um bom treino, não canalize os Arcanjos caso sua intenção seja a feitiçaria, pois lhe tratarão com desprezo. Quando se achar preparado, diga ao seu Guia para que lhe traga um espírito de confiança para que você tente estabelecer a comunicação. Conseguindo, a única coisa que tenho a dizer é: BOM SENSO!!!

Depois disso conseguirá canalizar qualquer tipo de espírito, como os da linha kardecista, da Umbanda e Kimbanda, bruxos e bruxas mortos na inquisição...

Caso não seja iniciado em nenhuma tradição, esta é uma alternativa para estabelecer contato com as forças espirituais, e com isso já terá 90% de eficácia na prática da feitiçaria, bastando depois apenas trabalhar o cerimonial e os feitiços. Não pensem que com isso tento converter pessoas interessadas em bruxaria ao esoterismo da nova era, de maneira alguma!
Mas são praticas que vão ajudar aqueles que não possuem em suas cidades, ou mesmo em sua região um concílio de bruxaria tradicional ou mesmo um coven de wicca.

Não pensem também que no meus ritos eu invoco mestres ascensionados, ou pretos velhos. Antes que comecem as especulações, digo em que consiste meu cerimonial:


  • Primeiro limpo física e astralmente o local, depois organizo a área ritual, dificilmente faço uso, mas quando necessário traço o compasso (círculo mágico) com uma faca ritualística.
  • A norte do compasso cravo meu Stang simbolizando o guardião dos portões de Elphame. 
  • No centro do compasso acendo o fogo sagrado, após isso evoco a Forças das Quarto Direções, depois de evocadas vinculo as quatro forças finalizando a consagração do compasso, mas comumente a área ritual. 
  • Então evoco o Rei de Elphame, e se por acaso estiver num local de atmosfera sinistra, evoco também os cães do Reino das Fadas para vigiar as fronteiras do compasso. 
  • Finalmente celebro do drama ritual no caso de um sabbá, ou o feitiço no caso de um esbbá.
  • Ao fim das práticas agradeço a presença do Rei de Elphame, ou da divindade evocada, dispenso os espíritos elementais e agradeço a presença da companhia oculta. Isto será explicado em maiores detalhes no meu livro. 
Sou apenas uma pessoa que explorou várias áreas do ocultismo, inclusive o da nova era, e não me arrependo nem um pouco, afinal, conhecimento nunca é demais.

Para finalizar quero deixar claro uma coisa que confunde muito as pessoas interessadas em bruxaria, mais por preconceito do que por qualquer outro motivo. Dou esta explicação aproveitando o gancho por ter dado uma certa atenção a Umbanda e neste post.

Um dia passando por um fórum do yahoogroups, vi a seguinte pergunta:

Qual a mais poderosa, a Umbanda ou a Wicca? Ou qual a diferença, não me lembro ao certo...

E esta pergunta teve a seguinte resposta dada por uma usuária muito inteligente e sábia:

A diferença entre a Umbanda e Wicca é que a Umbanda faz MACUMBA e a Wicca faz FEITIÇOS!

Não sei como colocaram isto no quadro de respostas, estes fóruns deviam ter um mediador que quando visse este tipo de resposta preconceituosa ou ofensiva a excluísse de imediato.

Para as pessoas realmente interessadas neste assunto dou a seguinte explicação:

Tanto na Umbanda ou Candomblé como demais religiões afro-brasileiras, quando os escravos ou empregados precisavam falar de feitiços, feitiçaria ou bruxaria, e estavam perto de seus donos ou patrões, eles usavam termos como macumba, kizumba, urucubaca e mais recentemente mironga, para que não percebessem do que se falava, ou seja, era um código ou gíria utilizada por eles. Estas religiões fazem uso da feitiçaria, mas possuem uma forma diferente de trabalhar seus rituais e feitiços, que realmente não agrada a todos, sem falar no alto custo, mas desprezá-los como bruxaria com termos pejorativos é puro preconceito, ignorância e desinformação.apedradasbruxas.com

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