Histórias de feitiçaria levam visitantes à cidade, que inspirou filme de Hollywood
BOSTON - Você pode não acreditar em bruxas, mas são elas que fazem a
fama e movimentam o turismo pelas ruas da pequena Salem, a uma curta
escapada de Boston (meia hora de carro ou 45 minutos de ferry boat), no
estado de Massachusetts. O episódio conhecido como o julgamento das
bruxas de Salem, ocorrido entre junho e setembro de 1692, ganhou um
museu dedicado ao tema, um memorial e uma série de passeios e marcos
pela cidade, que mantém viva a memória das 20 pessoas condenadas por
bruxaria (19 enforcadas e um homem esmagado por pedras), vítimas do que
hoje se classificaria como intolerância e ignorância.
A história, já vista em filmes como “As bruxas de Salem” (1996, com Daniel Day-Lewis e Winona Ryder), é detalhada na visita ao Witch Museum, em 13 representações cênicas, com tradução do inglês para oito idiomas (entre eles espanhol e francês). Na Nova Inglaterra do século XVII, a prática de bruxaria era considerada crime. Salem enfrentava um período de instabilidade política quando casos de supostas bruxarias começaram a ocorrer. Sem explicação científica para doenças que surgiam, o médico local diagnosticou o que via como “feitiçaria”. Segundo um teoria sustentada por alguns pesquisadores, à época, o trigo na região havia sido contaminado por um fungo parasita —Claviceps purpura, conhecido como esporão-do-centeio. Típico em grãos de cereais, produz um alcaloide que contém agente alucinógeno. Hoje se acredita que o pão assado com o trigo infectado possa ter causados as crises nas jovens afetadas. Ao final da visita um enorme painel indica a analogia dos julgamentos de Salem a outros
episódios controversos da história americana no século XX: Pearl Harbour, o McCartismo e a Aids.
A história, já vista em filmes como “As bruxas de Salem” (1996, com Daniel Day-Lewis e Winona Ryder), é detalhada na visita ao Witch Museum, em 13 representações cênicas, com tradução do inglês para oito idiomas (entre eles espanhol e francês). Na Nova Inglaterra do século XVII, a prática de bruxaria era considerada crime. Salem enfrentava um período de instabilidade política quando casos de supostas bruxarias começaram a ocorrer. Sem explicação científica para doenças que surgiam, o médico local diagnosticou o que via como “feitiçaria”. Segundo um teoria sustentada por alguns pesquisadores, à época, o trigo na região havia sido contaminado por um fungo parasita —Claviceps purpura, conhecido como esporão-do-centeio. Típico em grãos de cereais, produz um alcaloide que contém agente alucinógeno. Hoje se acredita que o pão assado com o trigo infectado possa ter causados as crises nas jovens afetadas. Ao final da visita um enorme painel indica a analogia dos julgamentos de Salem a outros
episódios controversos da história americana no século XX: Pearl Harbour, o McCartismo e a Aids.
Do lado de fora do museu, as bruxas estão por toda parte. Mas não se engane em pensar que a estátua bem em frente ao museu, com um manto esvoaçante e um chapéu pontudo, por mais que pareça, possa ser de uma bruxa, ou um bruxo. Trata-se de uma homenagem ao fundador da cidade, Roger Conant.
Outro monumento — este sim de uma adorável bruxinha, também faz sucesso. A estátua de Samantha Stevens, a feiticeira vivida pela atriz Elizabeth Montgomery, na série de TV dos anos 1960 e 1970, na esquina das ruas Essex e Washington, é um dos pontos mais fotografados na cidade. Alguns episódios da série foram filmados em Salem em 1970, e o hotel Hawthorne, que abrigou o elenco, mantém no lobby relíquias da época. A cidade inaugurou um memorial, por ocasião dos 300 anos do histórico julgamento, em 1992. Fica na Liberty Street, entre a Charter e a Derby Street. O monumento foi restaurado no ano passado.
Para além das bruxas, o Peabody Essex Museum (PEM), o navio histórico Friendship e o escritor Nathaniel Hawthorne, autor de “A letra escarlate” e bisneto de um do juízes da corte de 1692, também são motivo de orgulho na cidade. O escritor, considerado um dos maiores contistas americanos, nasceu em Salem em 4 de julho de 1804.
Ancorado no porto da cidade, o Friendship é uma réplica mantida pelo Serviço de Parques Nacionais. A embarcação representa uma época em que a cidade desempenhava função importante no comércio marítimo da região.
O museu PEM, cujas origens remontam a 1799, tem um acervo de 1,8 milhão de peças incluindo arte americana, asiática e marítima. Ganhou em 2003 uma expansão projetada por Moshe Safdie, que ostenta em seu portfólio obras tão impactantes quanto distintas como o Marina Bay Sands em Cingapura e o Museu do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém. O PEM passa por nova fase de expansão, a cargo do escritório Ennead, de NY, para se tornar um dos maiores dos EUA.
Os principais pontos turísticos de Salem podem ser percorridos no passeio de trólei (bilhetes a US$ 15) que parte em saídas regulares da entrada do Witch Museum.
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