terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Halloween: As bruxas de Salem




Quem nunca ouviu falar da famosa cidade de Salem em Massachusetts, nos Estados Unidos, onde foram filmados diversas obras do cinema (a maioria de terror) e lugar de um dos episódios mais sangrentos da história?

Vamos voltar três séculos no passado. Salem é um vilarejo da colônia americana da Nova Inglaterra (vulgo Estados Unidos) habitado por puritanos extremos. Assim como a santa inquisição, uma onda de hipocrisia, intolerância e burrice fanatismo religioso tomou conta de toda a colônia. Ao que parece, uma escrava negra chamada Tituba resolveu falar sobre histórias de vudus para suas amigas. Chegou até mesmo a demonstrar rituais a uma "platéia" de garotas impressionáveis. Como elas eram educadas com rigor da religião, provavelmente acharam excitante (de forma erótica uii) aprender magia negra. Morrendo de medo, as tais amigas começaram a se molhar na cama ter pesadelos terríveis. Um médico as examinou e constatou que era obra do tinhoso estavam enfeitiçadas. A partir daí, a porra coisa ficou séria. O irônico de tudo, é que naquela época se associava a bruxaria com satanás, mas não se acreditava nela ao mesmo tempo porque era dito que ele persuadia as pessoas para que acreditassem de que não existia. (entendeu né?)


De repente a filha Betty de nove anos do reverendo de Salem, M. Parris, começou a ter uma série de espasmos, convulsões, salivações, grunhia e se recusava a comer. Um médico foi chamado, realizou alguns tratamentos, mas como todos fracassaram ele constatou que ela estava enfeitiçada também. Sua cura? Reza brava, acredite se quiser! Não demorou muito para que outras garotas quase da mesma idade começassem a ter os mesmos sintomas. Na verdade, como os médicos não podiam diagnosticar corretamente, preferiam dizer que estavam sob influência do deabo de satanás.

Aterrorizados com a ideia, orações e jejuns comunitários foram organizados pelo próprio reverendo para tentar diminuir os "ataques satânicos". Mas ainda restava uma dúvida: afinal, quem era a bruxa por trás disso tudo? Parris chamou um exorcista para investigar. Era seu próprio escravo, um índio chamado John que assou um bolo de centeio e urina (eca!) das garotas enfeitiçadas para ver se conseguia pegar a tal bruxa. Elas, por sua vez, pressionadas ao extremo para identificar a feiticeira, muito filhadaputamente nomearam três mulheres: as mendigas Sarah Good e Sarah Osborne, e a escrava de Parris, Tituba.


-Isso aqui é uma bruxa, entendeu meu filho?
 Houve um alvoroço e deteram as 3 possíveis feiticeiras, levando-as à inquisição. Cotton Mather dirigiu essa inquisição e as garotas contaram que haviam visto Tituba fazer alguns rituais de vudus. Acreditavam que isso poderia ter desencadeado todo aquele caos. Aí fodeu a caça às bruxas começou a ser levada a sério. Um começou a suspeitar do outro, vizinhos se denunciavam, marido suspeitava da esposa (e vice-versa), já não se podia confiar em ninguém! De repente todo mundo era agente do diabo. A paranóia e a histeria sobrevoavam o vilarejo de forma doentia.

Nas semanas seguintes, diversas pessoas relataram ter sido atingidas pelas bruxarias. A caça às bruxas agora atingia proporções épicas e cerca de 300 pessoas foram acusadas (a maioria mulheres). Alguns acusados tinham registros criminais e/ou de feitiçaria, mas outros eram inocentes. Martha Carey, Rebecca Nurse, Abigail Hobbs, Bridget Bishop, Giles Corey, e Mary Warren foram os primeiros acusados de bruxaria depois das 3 feiticeiras iniciais. Hobbs chegou a confessar e Osborne morreu na prisão de Boston algum tempo depois.

-Bruxa é a tua avó, paspalho!
 Era hora de haver um julgamento e quem organizou foi o mais novo governador Sir William Phips. Os julgamentos foram baseados nas confissões, em atributos sobrenaturais como marcas etc, e com base nas reações das meninas atingidas pela bruxaria. Foi considerado inclusive que o diabo poderia assumir o aspecto de uma pessoa inocente. Osborne e Good se declararam inocentes, mas a burrinha da Tituba confessou já ter visto o diabo em forma de cachorro ou de porco. O maior erro dela foi ter confirmado que havia uma conspiração de bruxas em Salem, botando mais lenha na fogueira da paranóia. Bridget Bishop acabou recebendo a condenação e foi enforcada. Giles Corey também alegou ser inocente, mas acabou sendo torturado por se recusar a se levantar no tribunal. Pedras gigantescas foram colocas sobre seu corpo, matando-o em 2 ou 3 dias. Em 19 de julho Rebecca Nurse, Martha Carey, Susannah Martin, Elizabeth Howe, Sarah Good, e Sarah Wildes foram executadas. Em 19 de agosto, George Jacobs, Martha Carrier, George Burroughs, John Proctor, and John Willard foram enforcados. Margaret Scott, Mary Easty, Alice Parker, Ann, Pudeator, Wilmott Redd, Samuel Wardwell, e Mary Parker foram enforcadas em 22 de setembro. No total, 20 pessoas foram executadas na forca ou na fogueira, acusadas de envolvimento e prática de bruxaria. Ainda outras 37 foram mortas pelos próprios aldeões. BURN THE WITCH!!!

-Creindeuspai, que isso gente???

Mas o que raios eles faziam para serem considerados bruxos e bruxas? Algumas foram acusadas de causar dores e doenças em outras pessoas, outras mataram aves e suínos para rituais, outras amaldiçoavam, algumas chegavam até mesmo a ser acusadas de terem comido vidro quebrado.

Até hoje não se sabe ao certo o que pode ter desencadeado os sintomas estranhos nas garotas, mas uma das teorias mais aceitas é de que o esporão do centeio, que é extremamente tóxico para os humanos, tenha causado algum efeito alucinógeno (como do LSD) nas pessoas e as envenenado. Outros acreditam que as garotas estavam pregando uma peça nos aldeões para tirar o tédio do dia-a-dia.


-Parangaricutirimícuaro!
 O mais interessante de tudo é que, ao que parece, a caça às bruxas cessou de vez quando membros da elite começaram a ser acusados, como a esposa do governador de Massachusetts e o pastor Samuel Willard, presidente do Harvard College. Aí a porca torceu o rabo! Outros intelectuais das proximidades começaram a demonstrar horror às práticas de execução aplicadas aos acusados e isso também ajudou a cessar a caça. No final de tudo, o próprio juíz Samuel Sewall, que praticamente condenou todas as pessoas à execução, confessou que pensava que as suas sentenças haviam sido um erro.umadblog.com



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