Quem nunca ouviu falar da famosa cidade de Salem em Massachusetts, nos
Estados Unidos, onde foram filmados diversas obras do cinema (a maioria
de terror) e lugar de um dos episódios mais sangrentos da história?
Vamos voltar três séculos no passado. Salem é um vilarejo da colônia
americana da Nova Inglaterra (vulgo Estados Unidos) habitado por
puritanos extremos. Assim como a santa inquisição, uma onda de
hipocrisia, intolerância e
burrice fanatismo religioso
tomou conta de toda a colônia. Ao que parece, uma escrava negra chamada
Tituba resolveu falar sobre histórias de vudus para suas amigas. Chegou
até mesmo a demonstrar rituais a uma "platéia" de garotas
impressionáveis. Como elas eram educadas com rigor da religião,
provavelmente acharam excitante (de forma erótica uii) aprender magia
negra. Morrendo de medo, as tais amigas começaram a
se molhar na cama ter pesadelos terríveis. Um médico as examinou e constatou que
era obra do tinhoso estavam enfeitiçadas. A partir daí, a
porra
coisa ficou séria. O irônico de tudo, é que naquela época se associava a
bruxaria com satanás, mas não se acreditava nela ao mesmo tempo porque
era dito que ele persuadia as pessoas para que acreditassem de que não
existia. (entendeu né?)
De repente a filha Betty de nove anos do reverendo de Salem, M. Parris,
começou a ter uma série de espasmos, convulsões, salivações, grunhia e
se recusava a comer. Um médico foi chamado, realizou alguns tratamentos,
mas como todos fracassaram ele constatou que ela estava enfeitiçada
também. Sua cura? Reza brava, acredite se quiser! Não demorou muito para
que outras garotas quase da mesma idade começassem a ter os mesmos
sintomas. Na verdade, como os médicos não podiam diagnosticar
corretamente, preferiam dizer que estavam sob influência
do deabo de satanás.
Aterrorizados com a ideia, orações e jejuns comunitários foram
organizados pelo próprio reverendo para tentar diminuir os "ataques
satânicos". Mas ainda restava uma dúvida: afinal, quem era a bruxa por
trás disso tudo? Parris chamou um exorcista para investigar. Era seu
próprio escravo, um índio chamado John que assou um bolo de centeio e
urina (eca!) das garotas enfeitiçadas para ver se conseguia pegar a tal
bruxa. Elas, por sua vez, pressionadas ao extremo para identificar a
feiticeira,
muito filhadaputamente nomearam três mulheres: as mendigas Sarah Good e Sarah Osborne, e a escrava de Parris, Tituba.
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-Isso aqui é uma bruxa, entendeu meu filho? |
Houve um alvoroço e deteram as 3 possíveis feiticeiras, levando-as à
inquisição. Cotton Mather dirigiu essa inquisição e as garotas contaram
que haviam visto Tituba fazer alguns rituais de vudus. Acreditavam que
isso poderia ter desencadeado todo aquele caos. Aí
fodeu
a caça às bruxas começou a ser levada a sério. Um começou a suspeitar
do outro, vizinhos se denunciavam, marido suspeitava da esposa (e
vice-versa), já não se podia confiar em ninguém! De repente todo mundo
era agente do diabo. A paranóia e a histeria sobrevoavam o vilarejo de
forma doentia.
Nas semanas seguintes, diversas pessoas relataram ter sido atingidas
pelas bruxarias. A caça às bruxas agora atingia proporções épicas e
cerca de 300 pessoas foram acusadas (a maioria mulheres). Alguns
acusados tinham registros criminais e/ou de feitiçaria, mas outros eram
inocentes. Martha Carey, Rebecca Nurse, Abigail Hobbs, Bridget Bishop,
Giles Corey, e Mary Warren foram os primeiros acusados de bruxaria
depois das 3 feiticeiras iniciais. Hobbs chegou a confessar e Osborne
morreu na prisão de Boston algum tempo depois.
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-Bruxa é a tua avó, paspalho! |
Era hora de haver um julgamento e quem organizou foi o mais novo
governador Sir William Phips. Os julgamentos foram baseados nas
confissões, em atributos sobrenaturais
como marcas etc, e com base nas reações das meninas atingidas pela
bruxaria. Foi considerado inclusive que o diabo poderia assumir o
aspecto de uma pessoa inocente. Osborne e Good se declararam inocentes,
mas
a burrinha da Tituba confessou já ter
visto o diabo em forma de cachorro ou de porco. O maior erro dela foi
ter confirmado que havia uma conspiração de bruxas em Salem, botando
mais lenha na fogueira da paranóia. Bridget Bishop acabou recebendo a
condenação e foi enforcada. Giles Corey também alegou ser inocente, mas
acabou sendo torturado por se recusar a se levantar no tribunal. Pedras
gigantescas foram colocas sobre seu corpo, matando-o em 2 ou 3 dias. Em
19 de julho Rebecca Nurse, Martha Carey, Susannah Martin, Elizabeth
Howe, Sarah Good, e Sarah Wildes foram executadas. Em 19 de agosto,
George Jacobs, Martha Carrier, George Burroughs, John Proctor, and John
Willard foram enforcados. Margaret
Scott, Mary Easty, Alice Parker, Ann, Pudeator, Wilmott Redd, Samuel
Wardwell, e Mary Parker foram enforcadas em 22 de setembro. No total, 20
pessoas foram executadas na forca ou na fogueira, acusadas de
envolvimento e prática de bruxaria. Ainda outras 37 foram mortas pelos
próprios aldeões.
BURN THE WITCH!!!
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-Creindeuspai, que isso gente??? |
Mas o que raios eles faziam para serem considerados bruxos e bruxas?
Algumas foram acusadas de causar dores e doenças em outras pessoas,
outras mataram aves e suínos para rituais, outras amaldiçoavam, algumas
chegavam até mesmo a ser acusadas de terem comido vidro quebrado.
Até hoje não se sabe ao certo o que pode ter desencadeado os sintomas
estranhos nas garotas, mas uma das teorias mais aceitas é de que o
esporão do centeio, que é extremamente tóxico para os humanos, tenha
causado algum efeito alucinógeno (como do LSD) nas pessoas e as
envenenado. Outros acreditam que as garotas estavam pregando uma peça
nos aldeões para tirar o tédio do dia-a-dia.
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-Parangaricutirimícuaro! |
O mais interessante de tudo é que, ao que parece, a caça às bruxas
cessou de vez quando membros da elite começaram a ser acusados, como a
esposa do governador de Massachusetts e o pastor Samuel Willard,
presidente do Harvard College.
Aí a porca torceu o rabo!
Outros intelectuais das proximidades começaram a demonstrar horror às
práticas de execução aplicadas aos acusados e isso também ajudou a
cessar a caça. No final de tudo, o próprio juíz Samuel Sewall, que
praticamente condenou todas as pessoas à execução, confessou que pensava
que as suas sentenças haviam sido um erro.umadblog.com
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