AVISO
PRELIMINAR AOS QUE ESTUDAM AS COISAS DO ESPIRITO E DO OCULTO:
O
santo Salomão afirmou que é de Deus que provem o conhecimento sobre as coisas
dos espíritos, e dos «poderes dos espíritos», (sabedoria 7,20). Revela
também o santo Salomão que o desejo de conhecer os mistérios dos espíritos, e a
sabedoria do espírito, esse desejo de sabedoria conduz a Deus e ao reino de
Deus (sabedoria 6,20). Por isso, estudai, e procurai a sabedoria sobre todas as
coisas do espírito, pois que a sabedoria do espírito elevar-vos-á
espiritualmente, e o conhecimento dos espíritos enriquecer-vos-á ao vosso
próprio espírito, e a sabedoria dos espíritos é o caminho santo que conduz a Deus.
Por isso: estudai todas as sabedorias do espírito, e porem: usai bem toda a
sabedoria do espírito, usando-a sempre em Deus, com Deus, e jamais fora de
Deus, pois que essa é a única forma santa de caminhar nos mistérios dos
espíritos e nos «segredos de Deus».(sabedoria 2,22) Assim, o estudo do oculto e
do mundo do espírito, deve ser encarado da forma certa, ou seja, norteado por
Deus, fundamentado em Deus, e guiado para Deus, jamais indo para além de Deus.
E por isso, eis que na obra do santo são Cipriano se pode ler:
«Como
diz são Cipriano na sua obra secular: Rogo pois, de todo o meu coração (…) tudo
quanto fazemos é em nome de Jesus Cristo»
Obra
de são Cipriano; Instruções a todos os religiosos, Pag. 36
Assim
sendo: enriquecei o vosso espírito com o conhecimento dos espíritos, pois que a
sabedoria é coisa boa, pois que assim está revelado:
De
facto, Deus ama somente aqueles que convivem com a sabedoria.
Sabedoria
7,28
Usai
por isso deste mandamento do santo são Cipriano, e em todos os estudos que
empreenderdes nas artes do espírito, procurai a sabedoria dos espíritos e do
oculto, e porem fazei-o sempre com Deus, por Deus, e jamais fora de Deus.
+ BRUXAS E DEMÔNIOS +
Certos estudos Antropológicos defendem que a bruxa foi em
tempos encarada como um ser sobrenatural, uma espécie de vampiro ou mais
concretamente um «succubus» que á noite invadia o
lar das pessoas, fosse na forma de um gato negro, ou de uma traça, ou de neblina,
para ter relações sexuais com um ou mais dos humanos daquela casa, extraindo
assim as forças vitais desses humanos para seu próprio alimento.
A bruxa, enquanto ser espiritualmente infernal e vampiresco, muita das vezes poderia actuar para beber o sangue ou extrair o esperma das suas vitimas, ou noutros casos, apenas alimentar-se da sua energia vital, o que causava um estado de grande debilidade, falta de forças e fraqueza generalizada das suas vitimas. |
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È desse tipo de lenda que nasceram diversas superstições que
ainda hoje perduram, como superstições relativamente a gatos negros ou a
traças.
Julgava-se na Idade Media, que o gato negro era na verdade uma bruxa que tinha assumido a forma daquele animal, e julgava-se que ao aparecer a uma pessoa, a bruxa na forma de gato negro estava anunciando que essa pessoa havia sido embruxada. Dai que nos dias de hoje, se julgue que á má sorte ver ou cruzar com um gato negro. Com as traças passa-se o mesmo. Em muitos locais, ainda se diz que ver uma traça dentro de casa é sinónimo de bruxaria. Tal superstição advêm das crenças medievais, nas quais se dizia que a bruxa entrava nas casas das suas vitimas sob a forma dessa insecto, para depois atacar as pessoas dessa casa enquanto elas dormiam. |
Colocar uma vassoura ao contrário atrás de uma porta, ainda em
certos locais é uma superstição que supostamente afasta pessoas indesejáveis
de entrar naquela casa. Tambem essa superstição tem
raízes na bruxa, pois acreditava-se que as bruxas tinham a capacidade de usar
vassouras para se deslocarem até á casa da pessoa que iam atacar. Ao inverter
uma vassoura junto da porta, estava-se no fundo querer influenciar o voo do
ser nocturno, ( a bruxa), invertendo-o a afastando o voo daquela residência.
De qualquer das formas, na antiguidade o bruxo era tido não como apenas um mero ser humano, mas sim um ser humano possuído por um espírito demoníaco, o que conferia a essa pessoa poderes sobre - naturais. |
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O Papa
Eugénio IV, em 1437, escreveu uma missiva na qual descrevia a bruxaria.
Na
carta são referidos:
1
Sacrifícios
e/ou adoração aos demónios
|
2
O
conceito de «pacto demoníaco», por via
do qual são concedidos grandes poderes para praticar malefícios
|
3
O
uso de imagens de cera para praticar feitiçarias
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4
A inversão
ou reversão de símbolos cristãos, assim como a perversão da liturgia cristã –
a missa negra -
|
5
O
contacto carnal com demónios, ( «incubi» ou «sucubi»), por via do qual a luxúria com os demónios é
porta aberta á celebração de pactos infernais com entidades das trevas que
possuem aquela que se ofereceu como consorte de um demónio, o que consequente
configura um meio de obtenção de poderes maléficos
|
Uns acreditavam assim que a bruxa era invadida pelo demónio através
de um pacto infernal, que era geralmente consumado através de união sexual
entre a bruxa e o diabo.
Segundo tais versões, as bruxas na Mitologia Crista e segundo a visão dos manuais de Inquisição na Idade Media, eram conhecidas por manter relações sexuais com o demónio, e por essa via obterem os poderes do diabo para poderem praticar todo o tipo de acções sobrenaturais ou acções magicas.
Estas noções são na verdade herdadas das mais ancestrais
tradições místicas hebraicas. Já no I Livro de Henoc
é possível observar que a Bruxaria é praticada pela primeira vez quando Satã,
Azazel e outros 198 anjos descem á terra.
Na verdade, o I Livro de Enoch
descreve como 200 anjos caíram, ou seja, abandonaram a esfera celeste e
habitaram neste mundo. E assim continua o apócrifo Enochiano:
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|
Eles, tal como
os seus chefes, tomaram as mulheres para si. Escolhiam quem queriam.
Penetram-nas e
desonraram-nas. Ensinaram-lhes bruxaria, fórmulas magicas e como cortar
raízes e ervas
para usarem nos
seus conjuros (….)
começaram [ os
anjos caídos] a revelar segredos mágicos ás suas mulheres
I Livro Enoch
|
Segundo
o I Livro de Enoch, no inicio da humanidade, ( após a
expulsão de Adão e Eva do paraíso), alguns anjos
estavam
encarregues de vigiar o ser humano na terra , chamando-se esses os
«vigilantes».
Entre
eles, encontrava-se Satã, Azâzêl, Samîazâz, Arâkîba, Râmêêl, Kôkabîêl, Tâmîêl, Râmîêl, Dânêl, Êzêqêêl, Barâqîjâl, Armârôs, Batârêl, Anânêl, Zaqîêl, Samsâpêêl, Satarêl, Tûrêl, Jômjâêl e Sariêl.
Os anjos vigilantes, desejaram as filhas dos homens, as
mulheres.
Em conjunto, decidiram abandonar o céu para se unirem
carnalmente ás mulheres.
Assim o fizeram, e 200 anjos abandonaram o céu e uniram-se
carnalmente ás mulheres, escolhendo dentre elas todas as que quiseram. Os anjos
penetraram-nas e amaram-nas e com elas casaram.
Foi nesse momento que os anjos rebeldes ensinaram ás suas
mulheres os segredos das artes da magia negra em troca do sexo que com elas
tinham, e assim nasceu a magia negra.
Não só nasceu a magia negra, como da união sexual entre os anjos caídos e
as mulheres, nasceram filhos: os neffilins.
Deus desaprovou tanto a fuga dos anjos, como a união entre
esses e as mulheres, e gerou o dilúvio que tudo destruiu á face da terra.
Ao faze-lo, lançou uma maldição:
I
as mulheres dos anjos seriam mortas, bem como os seus
filhos;
II
não só perderiam para sempre as suas mulheres e filhos,
como próprios anjos caídos seriam para sempre espíritos sem descanso nem paz
aprisionados num dos cantos do reino dos mortos;
III
os espíritos dos filhos que nasceram do amor entre os
anjos e as mulheres, ( entretanto mortos no dilúvio), passariam a ser espíritos
terrenais, espíritos impuros, espíritos maus.
Assim sendo:
Segundo Enoch, é neste momento
que nascem os demónios, ou seja:
eles são tanto os 200 anjos caídos que amaram as mulheres,
como os seus filhos, ( ou os espíritos dos seus filhos), condenados a vaguear
eternamente na terra.
Sobre
demónios leia : demonologia e dicionário de demónios.
Rezam
as crenças Enochianas, que os anjos caídos e os seus
filhos continuam vagueando neste mundo, amando as mulheres, desejando a
carnalidade com elas, e concedendo-lhes
o seu poder e sabedoria. A essas mulheres, chamam-se bruxas, e aos homens que
por causa dessas mulheres possuem uma aliança com esses espíritos chamam-se
bruxos.
Os
demónios facultam ás bruxas:
I
Conhecimento
sobre o passado, o presente e o futuro
|
II
Saber
sobre as propriedades secretas tanto de ervas como de pedras que servem de
base ao fabrico de pós ou essências místicas.
|
III
A
alteração de certos eventos, ( tanto a nível de fenómenos naturais, como na
vida das pessoas), através da sua acção ou influencia sobrenatural sobre
esses mesmos, a pedido da bruxa e com a finalidade de causar a concretização
de certa finalidade.
|
Os
espíritos terrenais, (ver: dicionário de
demónios), manifestam-se nas bruxas através de incorporação, ( incorporação
sucede quando um espírito desencarnado habita momentaneamente no corpo de um
humano, ao mesmo tempo que a alma desse mesmo humano), que é permitida através do processo de
possessão voluntária, sendo que essa é angariada através da carnalidade.
Sobre
tal tipo de processos místicos entre bruxas e demónios, recomenda-se leitura do
Malleus Maleficarum e sobre o Sabbath.
Ora, verifica-se assim que a
mais ancestral teologia hebraica revela que a bruxaria foi oferecida ás
mulheres em troca do acto sexual com os anjos caídos, e assim nasce a arte da
bruxaria tal como ela é conhecida.
Tanto as visões teológicas medievais, como as revelações místicas e apócrifas, são unânimes em encarar as bruxas como «consortes» do Diabo, muitas das vezes apelidando as bruxas de «prostitutas do Diabo», ou «amantes do Demonio», etc....
Mais que uma vez a bruxaria é nas escrituras relacionada com a sexualidade impura, com a relação e os pactos que se estabelecem entre bruxas e demónios através da carnalidade. Senão vejamos:
Tanto as visões teológicas medievais, como as revelações místicas e apócrifas, são unânimes em encarar as bruxas como «consortes» do Diabo, muitas das vezes apelidando as bruxas de «prostitutas do Diabo», ou «amantes do Demonio», etc....
Mais que uma vez a bruxaria é nas escrituras relacionada com a sexualidade impura, com a relação e os pactos que se estabelecem entre bruxas e demónios através da carnalidade. Senão vejamos:
Celebram ritos onde (…) realizam mistérios ocultos, ou fazem banquetes orgiásticos com rituais estranhos Sabedoria 14,23 |
Como pode estar tudo bem, se continuam as prostituições de tua mãe Jezebel e as suas inúmeras magias? II Reis 9,22 |
quem recorrer aos necromantes e adivinhos para se prostituir
com eles (….)
Levítico 20,6 |
Filhos de feitiçaria (….) não sois vos que procurais a ardência do sexo? (…) que tiravas partidos dos teus amantes, com os quais gostavas de ter relações; e (….) multiplicavas as tuas prostituições Isaías 57,3-5 |
Este tipo de sabedoria [ a bruxaria] não vem do alto, é sabedoria (…) animal, demoníaca Tg 3,15 |
As obras dos instintos (…) são bem conhecidas: fornicação, (….)
libertinagem, idolatria, feitiçaria
Gl 5,19-21 |
A bruxaria é tida como uma «prostituição com os seres do
oculto», sendo que se trata de uma «prostituição aos demónios», um meio
esotérico por via da qual se obtêm poderes ou favores dos «filhos das trevas»
(Tl 5,5).
Pois devido á forma essencialmente sexual por via da qual alegadamente as bruxas compactuariam com o Diabo para obter os seus poderes, as perseguições da Santa Inquisição Católica incidiram fundamentalmente numa violenta perseguição ás mulheres, ( especialmente as mais atraentes, pois essas eram consideradas uma verdadeira tentação do demonio), e seriam alegadamente espiritualmente mais passivas de serem mais fácil e fortemente seduzidas pelo demónio através da grande tentação dos prazeres carnais. |
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A sedução satânica era considerada uma sedução realizada pelo
Diabo ou pelos dos seus demónios, numa tentativa desses se infiltrarem nos
corpos dos que se lhe oferecessem, assim possuindo-os. O que essas pessoas
ganhariam em troca de serem possuídas através do sexo com os demónios, seriam
poderes sobrenaturais, poderes ocultos cuja a fonte reside no poder satânico
do próprio Diabo.
Satã é um anjo caído, e sendo anjo é um espírito. Pois sendo um espírito, Satã não tem corpo nem sexo. No entanto, Satã foi considerado ou convencionado pela teologia religiosa como sendo um ser de essência masculina que ora procurava seduzir lindas mulheres a entregarem-se-lhe em troca da concessão de poderes sobrenaturais, ( as bruxas), ora procurava por homens que auxiliando-o na sua missão de corrupção e tentação, pudessem servir a Satã, ou seja, que trabalhassem para corromper belas mulheres a fim de as entregar á luxúria do demónio, sendo que por essa via também esses adquiririam poderes místicos infernais ( o bruxo). |
|
Por isso mesmo, consideravam os manuais inquisitórios que o Diabo
ou Satã:
I
procurava ter relações
sexuais essencialmente com mulheres bonitas e com maior apetite sexual, tal como Eva teve relações com Lúcifer, ou
outras mulheres tiveram relações com Satã e Azazel,
em troca das quais receberam sabedoria e poder. Tal como aconteceu no passado
histórico descrito na Bíblia e nos escritos de Enoch, essas lindas, desejáveis e lascivas
mulheres eram o «alvo» preferido do
demónio, ao passo que as mais permeáveis á tentação da carne, sendo essas as bruxas;
|
II
ou então que o diabo procurava também homens que aceitassem
servi-lo. E os homens poderia faze-lo submetendo-se ao poder do Diabo. Por
via dessa submissão, renunciavam a Deus e oferendavam as suas belas mulheres
o demónio, tal como Adão aceitou mansamente que Eva fosse amante de Lúcifer
,( dessa relação nasceu Caim), ou da mesma forma como os descendentes da
tribo de Caim aceitaram que Satã, Azazel e os
restantes 198 anjos caídos fossem amantes das suas esposas em troca de grande
poder, saber e prosperidade; assim, acreditava-se que o homem que em troca de
poder sobrenatural, compactuasse e
participasse como o demónio na sua luxúria, tornar-se-ia seu servo e
sacerdote, sendo esses os bruxos.
Para mais informação histórica, consulte: Malleus Maleficarum
|
São Agostinho, o mais elevado dos filósofos e teólogos do
catolicismo, escreveu diversos tratados retratando a magia, a bruxaria e o fenómeno
mágico. Sobre tais noções, por favor consulte São
Agostinho e a Magia.
Dizia-se
que dessas relações carnais,( a génese do pecado original que desgraçou Adão e
Eva, assim como gerou a causa do dilúvio – ver Dicionário de Demónios ), nascia o pacto satânico que facultava os
poderes sobrenaturais que as bruxas e bruxos possuíam, que eram na verdade os
poderes das trevas, ou o «dom das trevas». Acreditava-se também que eram nas
missas negras e nos Sabbath, que o pacto demoníaco era não só selado, como
ciclicamente celebrado e repetido para agrado dos prazeres demoníacos.
(
Ver Sabbath e Missas
Negras )
Segundo tais versões mitológicas, uma bruxa seria sempre o resultado de um fenómeno de possessão consentida, ou seja, um espírito de bruxaria possuía a bruxa ou o bruxo, não contra a sua vontade, mas sim através de um acto de entrega voluntária por parte desses |
|
|
Na verdade, havia mesmo quem defendesse que essas bruxas e
bruxos não possuíam poderes «em si» e «por si», mas antes eram consortes ou
amantes do Diabo e que por isso, podiam invocar os favores de Satã ou da sua
corte de anjos caídos, para realizarem as suas obras magicas neste mundo.
As
teses que professavam que a Bruxa nascia de um Pacto com o Diabo assinado em
sangue ,( sangue da própria bruxa), e celebrado através de sexo, ( com o
próprio corpo da bruxa que assim se prostituía ao demónio), alegavam
igualmente que uma das características identificativas das bruxas, ( de
acordo com os manuais inquisitórios), é a «marca da bruxa».
Essa
marca corporal confirmava que a bruxa era na verdade uma bruxa. A marca não
pode ser um sinal de nascença, mas sim algo adquirido no momento em que o
Diabo assume poder sobre essa pessoa, ou que o demónio escolheu essa pessoa
para ser seu servo, aliado e sacerdote.
A
«marca do Diabo» é um sinal deixado pelo demónio no corpo da bruxa como forma
de assinalar a obediência dessa pessoa para com o Diabo.
Tradicionalmente,
acreditava-se que a «Marca do Diabo» era criada de diversas formas:
ou
pelas garras do Diabo ao passar pela carne do seu servo, ou pela língua do
Diabo que tocando o individuo, lhe deixa a marca demoníaca.
Professava-se
por isso que a «marca» podia-se manifestar em diversas formas:
Uma verruga, uma cicatriz, um sinal, e especialmente um pedaço
de pele totalmente insensível.
Nas
teses ocultistas de magia negra, a «marca da bruxa», ou o «sinal do Diabo»,
possui o nome de: a «marca de Caim».
|
Hoje
em dia muitos ocultistas acreditam que a «marca do diabo» não é na realidade
uma marca física que é impressa pelo demónio no corpo da bruxa, ( tal como um
selo é marcado com ferro em brasa na carne de um animal), mas antes trata-se
de uma marca espiritual que fica impressa na alma da bruxa, ou seja: o seu
«nome espiritual», ou o seu «nome demoníaco», por oposição ao seu nome de
baptismo cristão .
Alegam
essas teses ocultistas, que quando um pacto é realizado, o demónio que
apadrinhou uma bruxa concede-lhe um «nome espiritual», que é um «sinal» que
ficará marcado para sempre no espírito de quem vendeu a alma ao Diabo.
È
com esse nome que a bruxa passará a viver, a trabalhar
|
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Por esse motivo, todos os grandes
bruxos adoptaram nomes esotéricos diferentes dos seus nomes de baptismo
cristão:
Papus, cujo o nome de baptismo era Gerard Encausse;
|
Eliphas Levi, cujo o nome de baptismo era Alphonse Constant;
|
Aleister Crowley, cujo o nome de baptismo era
Edward Alexander
|
etc
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Se os «nomes de baptismo» cristão identificam uma alma
perante Deus, o «nome espiritual» que provem de um Pacto é o «sinal» que
identifica um bruxo diante do demónio.
Sendo a bruxa o resultado de um Pacto por via do qual lhe é
concedida uma nova e eterna vida ao serviço do Diabo, então no momento do Pacto
a bruxa é «baptizada» com o sinal, ( «nome»), que para sempre a identificará
perante o Demónio.
§ § § §
|
Outras
crenças porem, apontavam para a natureza demoníaca da bruxa, defendendo que a
bruxa já nascia bruxa tal como uma cabra já nasce cabra, ou seja, a bruxa já
nascia com um com um espírito de bruxaria dentro de si, pois tinha sido fruto
de uma união sexual impura entre um humano e o demónio.
Segundo
essas teses defendidas em alguns manuais inquisitórios, a bruxa era um ser
condenado, pois a alma humana da bruxa, ao conviver intimamente ,(desde a
nascença), com o espírito demoníaco que habita no corpo dela, era uma alma
impura, uma alma contaminada pelo espírito de feitiçaria, uma alma contagiada
pelo espírito das trevas que habita no corpo da bruxa, uma alma condenada a
não ingressar no céu e a permanecer eternamente aprisionada nesta terra.
Dizia-se
por isso que alma da bruxa nunca descansaria em paz após a morte, vagueando
neste mundo, procurando prazeres carnais, procurando instigar a actos de
bruxaria, apadrinhando outros bruxos, atacando vitimas inocentes, etc.
|
Prova dessa mesma noção, encontramos no antigo Livro de São Cipriano, (Cap. V – Poderes ocultos – Secção 11, p. 183), onde o santo depois de ter
renegado a bruxaria e se ter convertido á fé em Deus, ainda foi atormentado
por fantasmas que eram os espiritos de bruxas
mortas, vagueando sem descanso por
este mundo.
Por
isso mesmo a bruxa era queimada, pois julgava-se que pelo fogo era possível
expulsar o espírito demoníaco daquele corpo, ao mesmo tempo que enviando a
alma condenada da bruxa aos infernos de forma a que ela não pudesse regressar
a este mundo para atormentar os fieis de Deus. Outra forma de evitar que o
espírito da bruxa regressasse a esta mundo e vagueasse pela terra atacando
vitimas inocentes, era amarrar o corpo da bruxa a uma pesada pedra e atirar a
bruxa a um rio, ou a um poço, ou a um lago, acreditando-se que assim a alma
da bruxa permaneceria enclausurada no corpo, não podendo abandona-lo para
regressar a esta mundo e «vampirizar» os filhos de Deus.
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Tais
versões teológicas existentes na idade media, defendiam por isso um certo
tipo de praticas medievais de combate á bruxa, ( para mais informações
consultar: Malleus Maleficarum), um certo tipo de
forma de eliminação do espírito demoníaco da bruxa, da mesma forma que se
defendia que um vampiro apenas poderia ser morto trespassando o seu coração
com uma estaca e cortando a sua cabeça, ou que um lobisomem apenas poderia
ser eliminado através do uso de prata e da sua degolação, ou que um demónio
apenas poderia ser expulso deste mundo através do ritual de exorcismo e água
benta, ou que o Diabo apenas respeitava o poder da cruz de Cristo.
Bruxas, vampiros, lobisomens, demónios e o próprio diabo, eram rotuladas criaturas da noite, todas elas vistas por uns como seres condenados e a eliminar , e por outros como forma de produzir algum tipo de resultado na sua vida. Seja como for que fosse encarada a origem da bruxa, acreditava-se que ao encomendar um trabalho a uma bruxa, estava-se encomendando o trabalho ao demónio que habitava na bruxa, e em ultima instancia, ao próprio diabo, pois a bruxa era um representante do diabo na terra, tal como os padres eram representantes de Deus na terra.
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